domingo, dezembro 31, 2006

Bom Ano de 2007


A tradição ainda é o que foi outrora. Nesta quadra, expressamos os nossos sentimentos de amizade àqueles que nos rodeiam - ou estão longe - mas, com os quais estamos em comunhão. Formulamos votos de que alcancem o que pretendem e para isso, utilizamos os mais variados meios, muitas vêzes sugestionados pela publicidade comercial. No meio de tudo isto: prendas, festas, viagens, acabamos por gastar as nossas energias e dinheiro. Tudo isso poderá ser bom, possívelmente vai satisfazer o nosso ego e até poderemos aparentar um sentimento de alegria sincera ou ilusória. Mas a verdadeira vivência desta época festiva deve partir do nosso coração. Um coração que seja o apelo à consciência de um balanço de vida, da retoma de objectivos já olvidados, da procura da paz interior e exterior. Se estivermos em paz connosco, ela vai refletir-se nos outros e estará em sintonia com aqueles que a procuram.
Para o meu "cartão" de Boas Festas escolhi esta foto de uma roseira pequenina que tenho à entrada de minha casa. Em pleno mês de Dezembro apresenta estas lindas rosas - que apelido de "rosas de inverno". É com esta imagem por fundo que endereço a todos que me visitam ou que comigo partilham, os votos de um Novo Ano onde a cor destas pétalas marque as vossas vidas; o odor das rosas possa constituir o doce enlevo dos vossos sentidos; o desabrochar dos botões corresponda às virtudes que possais emanar para os outros e finalmente, que o verde das suas folhas seja a esperança de uma vida, durante a qual sejais felizes e o vosso coração se abra aos outros para que eles sejam felizes também. A sugestão é minha, mas o caminho tereis que o escolher. Paz e Bem.

sábado, dezembro 23, 2006

Vamos viver o Natal

Esta foto do marco de correio é uma imagem para recordar.... apesar de ainda existirem alguns pelo país, a verdade é que representaram toda uma época que está a findar. Recordo-me que por esta ocasião do ano escrevia e enviava algumas dezenas de cartões de boas festas, primeiro escrito pelo próprio punho, mais tarde já os cartões traziam um texto e eu apenas assinava, mas agora há outros meios - sobretudo o telemóvel - que os substituiram. Também eles estão em "vias de extinção", caminham a passos largos para serem uma raridade. Começo a ter saudades, não dos cartões, mas do tempo e da forma como se vivia, da troca de votos pela via escrita. Tinha o seu encanto, um aroma muito especial de intimidade individual. Mas como quase tudo tende a evoluir - ou a mudar -, estou nessa, como dizem os mais novos, também envio as boas festas através de SMS. Aqui e agora, deixo-vos apenas o recipiente para que possais recordar um meio de transporte que milhões de pessoas utilizaram para exprimir os desejos de Boas Festas, com mais ou menos "floreados", de forma sincera ou quase obrigatória na época natalícia. Sejamos realistas, o modo pouco interessa, o importante é que os nossos desejos sejam formulados de coração aberto para todos aqueles que nos rodeiam. A Net é uma forma privilegiada para o fazer, pois o seu alcance e difusão são algo excepcional. Vamos aproveitar esta via e endereçar a todos que tenham a felicidade de viver nesta época e neste planeta, o desejo de que tenham um Natal agradável, mas sobretudo que vivam esse espírito de paz e amor que nos aconchega a alma, lutando para que haja Natal todos os dias. Recordemos aqueles que não não têm condições - seja quais forem - e se estiver ao nosso alcance, estendamos uma mão amiga. Pior que a falta de alimentos e outros bens essenciais, será a injustiça que se abate diàriamente sobre milhões de seres humanos que não sabem o que é viver o sonho de um Natal Feliz. Quantas vêzes uma palavra amiga de conforto vai ajudar a atenuar a falta de condições, apesar de não as substituir. Porque este Natal de 2006 é único - nunca aconteceu e jamais retrocedrá -, convido-vos a uma reflexão serena no sentido de perguntar a cada um de nós: o que fiz eu em favor daqueles não têm Natal? Que Aquele que tudo nos dá nos ajude a responder com verdade a esta pergunta e alguém possa receber não uma resposta, mas um carinho nosso que pode ser traduzido naquilo que mais desejarmos fazer pelos que não têm Natal. Um Santo e Feliz Natal para todos.

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Dia Mundial da Sida

Comemora-se hoje o Dia Mundial da Luta contra a Sida. Desde que surgiu - ou passou a ser conhecida como tal - esta doença há 25 anos, não parou de aumentar o número de vítimas por todo o mundo. Governos, instituições, personalidades, doentes e familiares mantêm uma luta cerrada para combater o flagelo. Estima-se que a sida já tenha sido a causa de morte de 25 milhões de pessoas em todo o mundo e que o número de infectados com o HIV se cifre em cerca de 40 milhões. De acordo com o relatório da UN/OMS, a sida é a doença mais mortal da história da Humanidade. É arrepiante esta informação e os números são impressionantes.
África é o continente com mais infectados logo seguida da Ásia. Na África do Sul há mais de 240 mil infectados com menos de 15 anos, o que significa que a doença está atingir cada vez mais os jovens. As perspectivas futuras não são animadoras, a Onu/Sida avança que a epidemia continuou a aumentar no ano de 2006 a nível mundial.
Portugal não é excepção. Entre 52 países europeus, Portugal ocupa o segundo lugar no número de novos casos de infecção. A sida no nosso país deverá atingir cerca de 60 mil infectados, sendo o único país europeu em que a mortalidade por esta doença permanece sem descer. Segundo estudos da Aidsportugal, morrem três pessoas por dia, vítimas desta doença.


Os gastos no tratamento desta doença no nosso país poderão equivaler a um valor de 504.7 milhões de euros/ano para este número de atingidos. São as contas que a Associação GATportugal avança. Portugal é o único país da Europa onde a principal causa de morte para homens entre os 24 e 39 anos é a sida. É um recorde de que não nos podemos orgulhar e que teremos de combater ferozmente. O Governo português tem um "Programa Nacional de Prevenção do VIH/SIDA". De acordo com as palavras do seu actual coordenador, Henrique Barros, "não fomos ainda capazes de diminuir claramente o número de doentes com sida ou que morrem com a doença". É uma constatação de que o problema é complexo e cuja resolução não está à vista. O programa agora lançado pretende: "prevenir a doença, garantir tratamento de qualidade e promover uma resposta social eficaz". Façamos votos para que tenham os meios adequados para tal e um mínimo de êxito que nos permita manter alguma esperança para o futuro.


A organização Mundial de Saúde refere que "existem enormes falhas e desafios a necessitar de resposta". A prevenção é dos aspectos mais importantes. Seja a abstinência sexual, como defendem alguns; a educação sexual que outros consideram primordial com ou sem uso do preservativo. Há factores de alto risco que é necessário corrigir, casos das drogas injectáveis ou relações sexuais não protegidas, mas tudo isto será muito pouco se cada um de nós não reflectir nas consequências desta doença. Há uma responsabilidade colectiva, sobretudo dos Governos, mas a nossa - individual, de cada cidadão - é inalienável. Como diz o povo: não podemos passar a bola. Temos obrigação de estar devidamente informados, ajudar os outros na obtenção dos meios que lhes permitam fazer frente à doença e nunca ser indiferentes àqueles que a têm e podem precisar da nossa colaboração. A solidariedade para com os outros não pode ser palavra vã. Vamos lutar por esta causa, segundo as nossas possibilidades mas, também, de acordo com as nossas obrigações de cidadãos do Mundo.