quarta-feira, novembro 22, 2006

Outono, uma estação de esperança



No outono de muitas cores

Predomina o amarelo da vida

Tal como as folhas caídas

Após forte ventania

Mas a porta está aberta

Em frente à estrada da vida

Segue-a, seja curta ou longa

Terá que ser percorrida

No seu termo encontrarás o inverno

Não pares para lamuriar

Abre o teu coração desalentado

Diz à primavera para entrar




A marca indelével da existência que foi a vida está a escoar-se lenta e suavemente, a ampulheta do tempo é a atroz realidade intransponível. O passado não volta, serve apenas de recordação de bons e maus momentos. Lembrá-los poderá ser uma angústia ou um prazer, dependendo da nossa consciência e da capacidade de análise que possamos interiorizar. Há tempo para arrenpendimento, espaço para remediar e vontade para fazer aquilo que não conseguimos e ainda desejamos. Se o tempo urge, a vontade exige. Vamos em frente sem hesitação, o prémio está à nossa espera.





Após o outono surge o inverno, estação que aconselha mais cuidados a todos e cada um de nós. A interioridade individual é premente. Procuramos o calor humano no coração das pessoas, muitas vezes o exterior - onde o gélido dos sentimentos nos magoa - não conta, mas a sua realidade coexiste no dia a dia. O frio da sociedade e as chuvas do egoísmo não podem impedir-nos de marcar o caminho. Tal como o inverno faz subir o caudal das águas do ribeiro, este segue inaplávelmente o seu curso até ao final, onde poderá diluir-se, sustentado em lugar seguro. Depois da sua passagem nada fica igual, quase tudo se transforma desde as pedras mais polidas até à vegetação que adquire um porte e cores de vida. Ao vislumbrarmos a imagem da ribeira que está acima, poderemos sentir a doce paz da tranquilidade que todos nós ansiamos e que pode permitir-nos ultrapassar todas as estações da vida com um sorriso de felicidade, mesmo no meio das agruras do quotidiano. Aí, sim, teremos direito a uma primavera que entranhará no nosso coração e transbordará como um bálsamo para todos aqueles que connosco percorrem o mesmo caminho. Para que o ditado popular "as palavras, leva-as o vento" não tenham significado para nós, vamos passar do pensamento à prática e olhar em redor, perscrutando os anseios e carências daqueles que sofrem e dar-lhe uma mão - conforme as nossas possibilidades - , mas se tal não for possível, uma palavra de conforto ou um sorriso, também podem ajudar.

8 comentários:

Coisas de Mulher disse...

Vê o meu cantinho.
Beijinhos

Anônimo disse...

Outono... uma linda estação.
Os delicados movimentos das folhas ao cair das árvores e viajar pelo mundo através do vento que nos bate na cara. Vento esse que traz o frio, a neve, as nuvens, tudo... Bom Fim de Semana!

Anônimo disse...

Passei para desejar bom fim-de-semana, e pedir desculpa pelo laconismo da mensagem, mas estou num sítio com acesso limitado à Internet.

Anônimo disse...

Olá Eduardo, vim agradecer sua vizita e conhecer seu cantinho também....notei que tem links muito uteis...vou linkar seu endereço lá no meu cantinho...que tem outro endereço: http://cantinhodanica.com.sapo.pt/...ainda está em arrumação, mas pode visitá-lo. Fique bem. Nica.

Anônimo disse...

O Outono é a minha estação do ano preferida.
É tudo tão belo, tão cheio, tão cheiroso.
Muito bom poema.

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Anônimo disse...

Caro Eduardo: eu que já estou no outono da vida, apreciei o artigo, assim como gosto de visitar o seu espaço. Óptimo fim-de-semana.

Anônimo disse...

Lindas fotos, aliadas a um belo poema e um texto magnífico, onde falas com primor dessas duas estações, outono e inverno, numa bela metáfora de fases da vida. Parabéns pela clareza, sensibilidade e poesia do texto.

Anônimo disse...

Lindo de mais suas palavras.
vejo que escreves com o coração e alma. Parabens ,tem aqui no Brasil uma fan de 55 anos.
marifuty@hotmail.com