
No outono de muitas cores
Predomina o amarelo da vida
Tal como as folhas caídas
Após forte ventania
Mas a porta está aberta
Em frente à estrada da vida
Segue-a, seja curta ou longa
Terá que ser percorrida
No seu termo encontrarás o inverno
Não pares para lamuriar
Abre o teu coração desalentado
Diz à primavera para entrar
Tal como as folhas caídas
Após forte ventania
Mas a porta está aberta
Em frente à estrada da vida
Segue-a, seja curta ou longa
Terá que ser percorrida
No seu termo encontrarás o inverno
Não pares para lamuriar
Abre o teu coração desalentado
Diz à primavera para entrar

A marca indelével da existência que foi a vida está a escoar-se lenta e suavemente, a ampulheta do tempo é a atroz realidade intransponível. O passado não volta, serve apenas de recordação de bons e maus momentos. Lembrá-los poderá ser uma angústia ou um prazer, dependendo da nossa consciência e da capacidade de análise que possamos interiorizar. Há tempo para arrenpendimento, espaço para remediar e vontade para fazer aquilo que não conseguimos e ainda desejamos. Se o tempo urge, a vontade exige. Vamos em frente sem hesitação, o prémio está à nossa espera.

Após o outono surge o inverno, estação que aconselha mais cuidados a todos e cada um de nós. A interioridade individual é premente. Procuramos o calor humano no coração das pessoas, muitas vezes o exterior - onde o gélido dos sentimentos nos magoa - não conta, mas a sua realidade coexiste no dia a dia. O frio da sociedade e as chuvas do egoísmo não podem impedir-nos de marcar o caminho. Tal como o inverno faz subir o caudal das águas do ribeiro, este segue inaplávelmente o seu curso até ao final, onde poderá diluir-se, sustentado em lugar seguro. Depois da sua passagem nada fica igual, quase tudo se transforma desde as pedras mais polidas até à vegetação que adquire um porte e cores de vida. Ao vislumbrarmos a imagem da ribeira que está acima, poderemos sentir a doce paz da tranquilidade que todos nós ansiamos e que pode permitir-nos ultrapassar todas as estações da vida com um sorriso de felicidade, mesmo no meio das agruras do quotidiano. Aí, sim, teremos direito a uma primavera que entranhará no nosso coração e transbordará como um bálsamo para todos aqueles que connosco percorrem o mesmo caminho. Para que o ditado popular "as palavras, leva-as o vento" não tenham significado para nós, vamos passar do pensamento à prática e olhar em redor, perscrutando os anseios e carências daqueles que sofrem e dar-lhe uma mão - conforme as nossas possibilidades - , mas se tal não for possível, uma palavra de conforto ou um sorriso, também podem ajudar.
8 comentários:
Vê o meu cantinho.
Beijinhos
Outono... uma linda estação.
Os delicados movimentos das folhas ao cair das árvores e viajar pelo mundo através do vento que nos bate na cara. Vento esse que traz o frio, a neve, as nuvens, tudo... Bom Fim de Semana!
Passei para desejar bom fim-de-semana, e pedir desculpa pelo laconismo da mensagem, mas estou num sítio com acesso limitado à Internet.
Olá Eduardo, vim agradecer sua vizita e conhecer seu cantinho também....notei que tem links muito uteis...vou linkar seu endereço lá no meu cantinho...que tem outro endereço: http://cantinhodanica.com.sapo.pt/...ainda está em arrumação, mas pode visitá-lo. Fique bem. Nica.
O Outono é a minha estação do ano preferida.
É tudo tão belo, tão cheio, tão cheiroso.
Muito bom poema.
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Caro Eduardo: eu que já estou no outono da vida, apreciei o artigo, assim como gosto de visitar o seu espaço. Óptimo fim-de-semana.
Lindas fotos, aliadas a um belo poema e um texto magnífico, onde falas com primor dessas duas estações, outono e inverno, numa bela metáfora de fases da vida. Parabéns pela clareza, sensibilidade e poesia do texto.
Lindo de mais suas palavras.
vejo que escreves com o coração e alma. Parabens ,tem aqui no Brasil uma fan de 55 anos.
marifuty@hotmail.com
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