sexta-feira, agosto 29, 2008

As grades da vida

Nascemos, vivemos e morremos, a isso se resume a vida de cada um de nós. É na infância que começamos a sentir o gosto do querer e lentamente, qual fruta que vai amadurecendo, também fazemos planos, traçamos objectivos. Enquanto jovens assumimos que desejamos o que é bom, copiamos os modêlos que nos seduzem, interiorizando a sua forma de ser e estar na vida. Mas à medida que vamos crescendo, os adultos colocam-nos grades e passamos a ver o mundo através de uma janela aberta, mas vedada pelo ferrete das carências. Cedo nos apercebemos que a felicidade não passa de uma quimera, mas aqueles que conseguem forjar uma personalidade ousada não esmorecem, lutam na esperança de a encontrar. Todo o ser humano tem direito a ser feliz, mas os homens negam-nos esse direito diáriamente. A sociedade tem normas e leis que são feitas para os poderosos, esquecendo os outros. Quanta responsabilidade têm aqueles que governam as nações e que aplicam as leis onde não se reflete a justiça e os direitos do ser humano. Quem me dera ser jovem para ao menos ter uma ponta de esperança nos homens que fazem as leis e nos políticos que as aplicam. Quem me dera não verter lágrimas de dor ao olhar para o que me rodeia, agora que estou no Outono da vida. Aguardo a chegada do comboio que me levará para o destino marcado e que é comum a todos os mortais. Para aqueles que estão na primavera da vida eu quero deixar um conselho: não desistam de lutar por uma vida melhor, mesmo que tenham de o fazer no interior de uma janela com grades. Lá fora o mundo é dos audazes, dos que não perdem a esperança, mas é do interior que cada um a amassa.

Nenhum comentário: